sexta-feira, dezembro 30, 2011

Receita do Drummond para o Novo Ano...



RECEITA DE ANO NOVO

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)

Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.
Carlos Drummond de Andrade

Confissões antes que o ano termine ou streaptease emocional...


Penúltimo dia de 2011. Ano complicado.

Antes do apagar das luzes, fiz um pequeno e necessário balanço emocional. E percebi que preciso confessar algumas coisas àqueles que me são caros e a mim mesma.
Até o fim do texto, decido se vou publicá-lo, de fato. Bueno, vamos lá...

1) Eu sou uma pessoa insegura. Ainda que me mostre sempre descolada, articulada (pelo menos acho que mostro assim), sou extremamente insegura. Preciso de uns elogios e cuidados eventuais. Isso inclui amigos, familiares e afins. Eu não sei o quanto sou amada. Preciso que me digam, por mais que isso seja muito chato. Ou não.

2) Eu não estou ilesa de de tudo que ocorreu comigo. Estou ainda com feridas abertas. Preciso de tempo, silêncio e eventuais papos para cicatriza-las.

3) Eu não sei lidar com desatenção. Se for pra me deixar falando sozinha ou para não escutar o que estou dizendo, não me pergunta, não me chama, não me olha.

4) Eu gosto de encontrar as pessoas que gosto. Gosto de receber aqui em casa, ainda que tenha estado meio mal-humorada e sem paciência. Adoro ter meus amigos na volta. Na vida real, não nas redes sociais.

5) Tenho dificuldade em pedir ajuda. Então, se me vires, escabelada, desajeitada diante das adversidades da vida, estende a mão. Eu vou gostar, ainda que fique, a priori, mais desajeitada.

6) Tentei ao longo do ano, sair, dançar, beber, montando uma personagem que, definitivamente, não sou eu, ou não como me encontro. Não vou mais fazer isso. Aceito jantar, rir, falar ao telefone e até ir dançar. Mas com propósitos diversos dos que me levaram a festas em 2011.

7) Gosto muito da minha profissão. Com relação a isso não quero mudar nada. Só organizar o tempo, pra poder curtir minha Mariana e minha vida um pouco mais.

8) Sou uma mãe feliz. Mas cansada. Preciso desistir de tentar ser perfeita. O que, de fato, não sou e ninguém é. Preciso aceitar que a Mariana vai ter a mãe que consigo ser.

9) Sou amiga de verdade dos meus amigos. Podem contar comigo. Mas, eventualmente, perco um pouco a paciência. Isso não significa que não os ame. Daqui a pouco passa, vocês já sabem.

Enfim... estou tentando colocar em prática a minha mais importante resolução do ano novo, antes do início de 2012. Me despir... dos medos, máscaras, falsas fortalezas.

aff! Estou mais leve.

terça-feira, dezembro 27, 2011

Tudo parado no ar...

So, so...

Oficialmente, meu segundo dia de férias. E estou péssima. Mal-humor, gripe, estagnação.
Li um post aí abaixo, que versava sobre o fim da estagnação. Me sinto assim. Estagnada.
Estou no limbo, sabe?
Sei exatamente o que fazer pra sair disso e não estou conseguindo.
Tenho, pelo menos três faxinas grandes materiais pra fazer... mas desanimo só de olhar as montanhas de papeis, guardados e afins.
Queria ser puxada pela mão do meio desse marasmo que me encontro.
Como disse o Deogar amado em uma de suas crônicas que tantas vezes li este ano: Tem alguém aí fora?
Por enquanto, aproveito pra descansar o corpo e ouço mantras... daqui a pouco eu volto.

domingo, dezembro 25, 2011

Natalinas...

Mais um natal chegou e acabou de acabar.
Amo Natal. Amo Papai Noel. Amo escolher e arrumar cada presente.
Este ano, foi diferente. Ano de mudanças importantes, ano de enfrentar desafios importantes, ano de ajudar pessoas importantes. Por momentos, achei que não aguentaria... Mas enfrentamos fortes e firmes. H
Hoje, mesmo passado o Natal, quero fazer minha lista de pedidos de presente pro Ano Novo. Vamos lá, então:

1) Dormir sem precisar de nenhuma ajuda... a não ser um cafuné.
2) Me sentir protegida e amparada. E quero saber pedir amparo e proteção sempre que não me sentir assim.
3) Tempo. Tempo pra viver, de fato. Passear com a Mariana e/ou com amigos. Olhar as estrelas.
4) Mais tempo.
5) Abraço de urso... daqueles de tirar o ar e afastar tudo de ruim.
6) Paciência.
7) Um pouco mais de paciência.
8) Longas conversas com amigos.
9) Me sentir amada. Impreterivelmente amada.
10) Caminhar na praia.
11) Ver a lua cheia nascer.
12) Ver o sol nascer.
13) Ver o sol se por.
14) Ouvir as histórias e explicações da Mariana.
15) Aprender a cozinhar.
16) Ver meus amores felizes.

Acho que tá bom.

sexta-feira, dezembro 02, 2011

Presente de Natal


O Chico lançou um novo disco em 2011. Quatro anos depois de ter lançado Carioca. Intitulado "Chico". Em 2007, assisti meu primeiro show dele. Maravilhoso. Me dei de presente de conclusão de Doutorado. Chorei muito. Sofri e me emocionei muito.
Estva grávida e não sabia... quando, um mês depois, recebi meu maior presente, o "positivo" que me trouxe a Mariana, achei que todo aquele choro tinha sido aumentado pelos hormônios da gravidez.
Quando foi anunciada a nova turnê do novo disco, lógico, quis ir. Mas quando divulgaram os preços achei caro. Desisti.
A Alessandra nunca tinha ido a um show do cara. Abriram sessão extra. Compramos. Ufa!

Ontem 21 horas e alguns minutinhos, no Teatro do Sesi em Porto Alegre, vivenciamos toda aquela emoção de novo.
Muito complicado descrever o show. P E R F E I T O ! Luz perfeita. Acústica maravilhosa. Arranjos e harmonia entre os músicos neuroticamente perfeitas... Mas o Chico... ah, o Chico.
Doce, tímido, meigo...
Falou não mais que cinco frases, em todo o show. Morria de vergonha a cada grito enlouquecido e apaixonado dos seus fãs... Cantou lindamente muitas de suas mais lindas canções...

Saí extasiada. Com taquicardia... Pernas trêmulas, como quem encontra o verdadeiro amor na padaria, sabe? Por minutos, me senti meio ridícula... mas o amor é ridículo. Amo esse poeta e tudo o que as suas letras despertam em mim. Até a dor que muitas delas me causam.

Obrigada, Chico!
baby