quinta-feira, maio 11, 2017

Sobre ser mãe



Esta é a semana do dia das mães.

Eu sempre quis ser mãe. Desde os 18-19 anos sentia isso muito presente em mim. Sempre fui um pouco mãe dos meus amigos, dos meus pais, dos meus irmãos, dos meus namorados e do meu ex-marido. Me sentia responsável por eles, por sua proteção, alegrias e tristezas.

Cuidar dos outros e de tudo faz parte de mim. Ou pelo menos, fez. Ultimamente está mais difícil.

Mas a relação mãe e filha/o idealizada por mim aos 18-19 era aquela "perfeita". Acordar sorrindo, ir ao supermercado, passear na Fenadoce de carrinho, conversar no final do dia, acompanhar na escola, naquela distorção que a fantasia faz com a realidade, pensando que tudo vai ser uma linha linear e repleta de borboletas pelo caminho.

Não é novidade que há uma construção social do papel da mãe/mulher na sociedade, que é a que tudo pode, que tudo ama, que tudo compreende, sorrindo, chorando e se emocionando com o dia-a-dia da maternidade. Muito disso é verdade,mas é muito mais. Muito mais.

Quando eu tinha 31 anos, a Mariana chegou. Uma menina linda, amada, inteligente, desafiadora, criativa, questionadora, inquieta, carinhosa. Precisei aprender a conciliar todos os meus ideais de "mãe, "filha e "mãe e filha" com a realidade da construção destes significados. Tudo isso junto com dois trabalhos, um divórcio e alguns adoecimentos. Não é fácil.

Ser mãe é tentar preencher todos os espaços que há em nós no outro. Um desespero constante em tentar evitar que se machuque, que se magoe, que erre. Tudo isso sem ter a menor ideia de como fazer. Alimentar, trocar fraldas e dar banho, vestir e passear nos primeiros meses é extremamente desafiador e exaustivo (além de maravilhoso, óbvio), mas não é o mais difícil.

O mais difícil é lidar com o julgamento cotidiano dos outros sobre o exercício da maternidade. O mais difícil é lidar com a "formatação" que a escola, a família impõem à criança, à mãe, à família. É ter que explicar as maldades do mundo para a filha. É ter que intervir para outros colegas a respeitem por seu modo de ser. Extremamente difícil é perceber as críticas dos outros àquela que é a pessoa mais importante do mundo pra nós.

Ser mãe, na minha compreensão (e isso aplica-se único e exclusivamente a mim e ao que me cobro) é estar presente por dentro e por fora. É uma mega responsabilidade. Minha preocupação é que a Mariana seja 'do bem' e,se possível 'de boas'. Que consiga aceitar seus erros e buscar aprender com eles. Que seja forte para enfrentar as maldades do mundo. Que confie em mim e no meu amor para que eu possa acompanha-la nos melhores e nos piores momentos.

Mas o dia-a-dia tem mostrado que eu posso desejar e ajudar a minha filha nesta construção. Mas não posso garantir nada.

O que posso garantir é que, se depender de mim, estarei com ela, respeitarei suas escolhas, e a protegerei muito. E que, sempre que a necessidade de proteção for maior do que a minha capacidade, estarei aqui para rever com ela o caminho para não errar de novo.

Contudo, ser mãe é o melhor de mim. Com todos os meus medos e erros. Com todas as minhas cobranças para ser melhor (eu e ela). Com todas as nossas alegrias e sorrisos.

domingo, fevereiro 12, 2017

Novo recomeço do recomeço

Amanhã tudo volta à rotina doida da roda viva da vida.

Voltam as atividades acadêmicas da Mari e da UCPEL. Retomo as atividades no INSS. Retoma-se o corre-corre diário.

Clichês à parte, o tempo tem voado rápido por aqui.

Mariana com nove anos e humor de pré-adolescente. Contas e mais contas para pagar. Compromissos diários variados e o sentimento de que não sou dona de mim, nem ninguém o é.

Ando deveras cansada. Cansada de estar cansada.

Nem para as minhas listas que nunca cumpro ando com paciência.

Mas não sou propriamente infeliz. Só um pouco frustrada com a vida adulta.

E um tanto carente. Um colinho vó me seria bem bom. E um abraço de urso.

baby