sábado, janeiro 28, 2012

Fofocada

Deitada no meu braço, de manhã:

- Mãe, estás me fofocando. Sabe o que é fofocar? É deixar a pessoa sem falta, sem ar...

sexta-feira, janeiro 27, 2012

Mariana e o repelente

Fomos passear de carro na praia. Mariana comeu um krep da tia Tata de chocolate (maravilhoso... só no Laranjal tem).
Como sempre, Mariana falando, falando, comentando, perguntando...
De repente, diz, pensativa:
- Tomara que tenha repelente dentro da minha barriga...
- O que, filha?
- É, mãe... já pensou se tiver mosquito lá comendo as minhas comidas?
- Como assim?
- Ué... mosquitos dentro da barriga. COmendo a minha comida.

Simples assim... Que isso agora?

quinta-feira, janeiro 26, 2012

Pra onde vai a água da chuva?




Respeito (Arnaldo Antunes)

O que está sendo feito
Pode ser de outro jeito
O que já se fez e bem feito
O que está sendo feito
Pode não estar direito
O que passou é perfeito
O que está acontecendo
Pode ter defeito
O que já foi eu aceito
O que está a contecendo
Pode ser de outro jeito
O que passou merece
Respeito


Pra onde vai o respeito? As coisas vividas? as estórias contadas?

Pra onde vai a água da chuva depois da chuva?

Em que momento a luz se apaga? Quando a página é virada?

Tenho muita dificuldade em compreender o que passa na cabeça das pessoas e a forma como lidam com as coisas e dificuldades das pessoas. A escolha pelo mais doído. A opção pelo caminho mais tortuoso... Em nome de que?

"Espero que esse tempo passe". Cansei.

sexta-feira, janeiro 20, 2012

Paraninfa...

Me formei em Serviço Social em 1998. Em 1999, entrei no Mestrado e, em 2000, na Prefeitura, iniciando, efetivamente, meu exercício profissional. No ano seguinte, comecei a lecionar na UCPEL, primeiro Sociologia, substituindo o amigo Antônio Cruz, que estava fazendo doutorado. Depois, lecionando no curso de Serviço Social.

Hoje, iniciam as solenidades da formatura da turma que me escolheu como PARANINFA. Não sei explicar o significado disso na minha vida. Não na vida profissional. Mas na vida, como um todo.

O que torna isso mais especial, é que esta turma de colegas que amanhã estará recebendo seu diploma foi, talvez, a que me viu mais por inteiro.

A turma que me viu enfrentando todas as inseguranças de mãe que deixa um bebê em casa e vai trabalhar e se pega falando, falando no rebento.

Me viu passando por muitas metamorfoses, especialmente a de aprender a rir mais de mim mesma...

Me conheceu experimentando coordenar um curso em crise. Lidar com conflitos pessoais, profissionais, de ego, superego e tudo mais.

E ainda assim, me presta essa homenagem. Me provando, que ser, essencialmente ser, é o melhor jeito de sermos felizes nesta vida.

Obrigada, queridas. Amo vocês!

quarta-feira, janeiro 18, 2012

Cuida de Mim




Sou uma pessoa cuidadora. Cuido dos meus amores e afetos como leoa. Escolhi uma profissão cuidadora. Mas ainda tenho a estúpida dificuldade de ser cuidada. Tarefa importante colocada para 2012. Ao embalo de O Teatro Mágico...


Cuida de Mim
O Teatro Mágico
Pra falar verdade, às vezes minto
Tentando ser metade do inteiro que eu sinto
Pra dizer as vezes que às vezes não digo
Sou capaz de fazer da minha briga meu abrigo
Tanto faz não satisfaz o que preciso
Além do mais, quem busca nunca é indeciso
Eu busquei quem sou;
Você, pra mim, mostrou
Que eu não sou sozinho nesse mundo.
Cuida de mim enquanto não esqueço de você
Cuida de mim enquanto finjo que sou quem eu queria ser.
Cuida de mim enquanto não me esqueço de você
Cuida de mim enquanto finjo, enquanto finjo, enquanto fujo.
Basta as penas que eu mesmo sinto de mim
Junto todas, crio asas, viro querubim
Sou da cor, do tom, sabor e som que quiser ouvir
Sou calor, clarão e escuridão que te faz dormir
Quero mais, quero a paz que me prometeu
Volto atrás, se voltar atrás assim como eu.
Busquei quem sou
Você, pra mim, mostrou
Que eu não sou sozinho nesse mundo.
Cuida de mim enquanto não me esqueço de você
Cuida de mim enquanto finjo que sou quem eu queria ser.
Cuida de mim enquanto não me esqueço de você
Cuida de mim enquanto finjo, enquanto fujo, enquanto finjo.

quarta-feira, janeiro 11, 2012

Quero jogar frescobol com a vida


Gosto muito do Rubem Alves. Dos seus textos sobre educação. Sobre ensinar e sobre aprender. Mas ainda gosto mais dos textos em que ele fala simplesmente da vida.

Um dos meus textos prediletos, chama Tênis x Frescobol, que vou postar em seguida mas que está disponível aqui, na Casa de Rubem Alves . Nesse texto, brilhantemente, Rubem aborda a diferença entre duas formas de se jogar no casamento.

Hoje, mateando na Praia do Santinho, várias duplas se divertiam jogando frescobol, "esporte" típico da praia. Inevitavelmente, lembrei do texto e fiquei pensando o quanto a vida nos obriga a jogar tênis, quando o que mais se quer é brincar de frescobol.

Pensei em vários episódios que me fizeram endurecer o jogo. Levar mais a sério a jogada e esperar o contra-ataque ... que bestagem...

Quero e preciso relaxar. Meu pescoço pede isso. Minhas articulações clamam por isso... pensar no frescobol pode ser um começo.



Tênis x Frescobol

Depois de muito meditar sobre o assunto concluí que os casamentos são de dois tipos: há os casamentos do tipo tênis e há os casamentos do tipo frescobol. Os casamentos do tipo tênis são uma fonte de raiva e ressentimentos e terminam sempre mal. Os casamentos do tipo frescobol são uma fonte de alegria e têm a chance de ter vida longa.

Explico-me. Para começar, uma afirmação de Nietzsche, com a qual concordo inteiramente. Dizia ele: ‘Ao pensar sobre a possibilidade do casamento cada um deveria se fazer a seguinte pergunta: ‘Você crê que seria capaz de conversar com prazer com esta pessoa até a sua velhice?\' Tudo o mais no casamento é transitório, mas as relações que desafiam o tempo são aquelas construídas sobre a arte de conversar.’

Xerazade sabia disso. Sabia que os casamentos baseados nos prazeres da cama são sempre decapitados pela manhã, terminam em separação, pois os prazeres do sexo se esgotam rapidamente, terminam na morte, como no filme O império dos sentidos. Por isso, quando o sexo já estava morto na cama, e o amor não mais se podia dizer através dele, ela o ressuscitava pela magia da palavra: começava uma longa conversa, conversa sem fim, que deveria durar mil e uma noites. O sultão se calava e escutava as suas palavras como se fossem música. A música dos sons ou da palavra - é a sexualidade sob a forma da eternidade: é o amor que ressuscita sempre, depois de morrer. Há os carinhos que se fazem com o corpo e há os carinhos que se fazem com as palavras. E contrariamente ao que pensam os amantes inexperientes, fazer carinho com as palavras não é ficar repetindo o tempo todo: ‘Eu te amo, eu te amo...’ Barthes advertia: ‘Passada a primeira confissão, ‘eu te amo\' não quer dizer mais nada.’ É na conversa que o nosso verdadeiro corpo se mostra, não em sua nudez anatômica, mas em sua nudez poética. Recordo a sabedoria de Adélia Prado: ‘Erótica é a alma.’

O tênis é um jogo feroz. O seu objetivo é derrotar o adversário. E a sua derrota se revela no seu erro: o outro foi incapaz de devolver a bola. Joga-se tênis para fazer o outro errar. O bom jogador é aquele que tem a exata noção do ponto fraco do seu adversário, e é justamente para aí que ele vai dirigir a sua cortada - palavra muito sugestiva, que indica o seu objetivo sádico, que é o de cortar, interromper, derrotar. O prazer do tênis se encontra, portanto, justamente no momento em que o jogo não pode mais continuar porque o adversário foi colocado fora de jogo. Termina sempre com a alegria de um e a tristeza de outro.

O frescobol se parece muito com o tênis: dois jogadores, duas raquetes e uma bola. Só que, para o jogo ser bom, é preciso que nenhum dos dois perca. Se a bola veio meio torta, a gente sabe que não foi de propósito e faz o maior esforço do mundo para devolvê-la gostosa, no lugar certo, para que o outro possa pegá-la. Não existe adversário porque não há ninguém a ser derrotado. Aqui ou os dois ganham ou ninguém ganha. E ninguém fica feliz quando o outro erra - pois o que se deseja é que ninguém erre. O erro de um, no frescobol, é como ejaculação precoce: um acidente lamentável que não deveria ter acontecido, pois o gostoso mesmo é aquele ir e vir, ir e vir, ir e vir... E o que errou pede desculpas; e o que provocou o erro se sente culpado. Mas não tem importância: começa-se de novo este delicioso jogo em que ninguém marca pontos...

A bola: são as nossas fantasias, irrealidades, sonhos sob a forma de palavras. Conversar é ficar batendo sonho pra lá, sonho pra cá...

Mas há casais que jogam com os sonhos como se jogassem tênis. Ficam à espera do momento certo para a cortada. Camus anotava no seu diário pequenos fragmentos para os livros que pretendia escrever. Um deles, que se encontra nos Primeiros cadernos, é sobre este jogo de tênis:
‘Cena: o marido, a mulher, a galeria. O primeiro tem valor e gosta de brilhar. A segunda guarda silêncio, mas, com pequenas frases secas, destrói todos os propósitos do caro esposo. Desta forma marca constantemente a sua superioridade. O outro domina-se, mas sofre uma humilhação e é assim que nasce o ódio. Exemplo: com um sorriso: ‘Não se faça mais estúpido do que é, meu amigo\'. A galeria torce e sorri pouco à vontade. Ele cora, aproxima-se dela, beija-lhe a mão suspirando: ‘Tens razão, minha querida\'. A situação está salva e o ódio vai aumentando.’

Tênis é assim: recebe-se o sonho do outro para destruí-lo, arrebentá-lo, como bolha de sabão... O que se busca é ter razão e o que se ganha é o distanciamento. Aqui, quem ganha sempre perde.

Já no frescobol é diferente: o sonho do outro é um brinquedo que deve ser preservado, pois se sabe que, se é sonho, é coisa delicada, do coração. O bom ouvinte é aquele que, ao falar, abre espaços para que as bolhas de sabão do outro voem livres. Bola vai, bola vem - cresce o amor... Ninguém ganha para que os dois ganhem. E se deseja então que o outro viva sempre, eternamente, para que o jogo nunca tenha fim...(O retorno e terno, p. 51.)

Ausência




A sensação de ausência, vira e mexe, se apresenta. Não se trata de uma ausência específica.. De uma pessoa específica... mas um vazio.

Essa poesia do Vinicius é capaz de transmitir tal sensação com tamanha genialiadade, que fico sem palavras para explicar...

Só é possível sentir..

Ausência
Vinicius de Moraes

Eu deixarei que morra em mim
o desejo de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar
senão a mágoa de me veres eternamente exausto
No entanto a tua presença
é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto
existe o teu gesto e em minha voz a tua voz
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado
Quero só que surjas em mim
como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar
uma gota de orvalho
nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne
como nódoa do passado
Eu deixarei...
tu irás e encostarás a tua face em outra face
Teus dedos enlaçarão outros dedos
e tu desabrocharás para a madrugada.
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu,
porque eu fui o grande íntimo da noite.
Porque eu encostei minha face na face da noite
e ouvi a tua fala amorosa.
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa
suspensos no espaço.
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só
como os veleiros nos pontos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém
porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar,
do vento, do céu, das aves, das estrelas
Serão a tua voz presente,
a tua voz ausente,
a tua voz serenizada.

segunda-feira, janeiro 09, 2012

Adriana Calcanhotto - Esquadros





Essa música me lembra de uma época em que me sentia muito só.

Me sentia andando pelo mundo, prestando atenção em coisas que, talvez, só eu reparasse...

volta e meia essa sensação volta...

domingo, janeiro 08, 2012

Mariana nas férias







Eu e a Mariana estamos em Florianópolis, desde sexta passada.
Super bem recebidas pela dinda Clau e pelo Samuca e com a companhia da vó Mimy.
Contei pra ela a estória da Princesa Florinda... que mora numa das ilhotas na Praia de Ingleses.
Essa princesa é linda. Cuida do mar. Das praias. Faz a Ilha ficar ainda mais linda.
Mas, se as crianças ou adultos não se comportam, ela esconde o sol... e faz ficar frio.
Hoje fomos na praia... brincamos muito, E a Mari, como sempre, teimou bastante. Mas se divertiu ainda mais.
A tardinha voltaríamos à praia e iríamos ver a lua nascer. Mas começou a chuva
Ela e a dinda tinham combinado de tomar banho de chuva. e desceram correndo para aproveitar a refrescante chuva de verão.
Mariana gritava: viva a Florinda! Viva a Florinda...
E arquitetava com a Dinda que iria fazer bagunça todo o dia pra chover sempre...

Mil...

Acabo de ver que o blog teve 1000 visualizações. Poucas nesse louco mundo virtual. Muitas pras minhas loucuras reais. sejam sempre bem-vindos(as)!
baby