segunda-feira, fevereiro 27, 2012

Desarrumação

Qual a fronteira entre o que foi e o que já não é?

Nos últimos dias, tenho me dedicado, lentamente a organizar minha casa... esvaziar prateleiras... limpar, descartar, doar, guardar, esconder coisas de mim mesma. Colocar outras em evidência.

Organizar as coisas externas ajudam a organizar as coisas internas. Sempre foi assim comigo. Nos meus períodos mais conturbados, o quarto, o guarda-roupa, o escritório apresentavam-se bagunçados.

Não sou nenhuma "super" organizada. mas se a bagunça do lado de fora está demais, por dentro nem se fala.

Me dou conta que essa baderna estava assim há anos. Tinha minhas desculpas... o doutorado, a gravidez e o repouso forçado. a Mariana recém-nascida... a volta ao trabalho... e ía deixando a casa e a vida, revirada.

Cansei disso. Cansei de fingir não ver que a fechadura estava estragada. A luz queimada. A gaveta bagunçada. E comecei a colocar as coisas em ordem. Na minha ordem não tão ordenada assim...

Além de cansar, tais arrumações desarrumam muitas coisas e causam uma certa dor.

Vou em frente. Buscando tomar decisões que me deixem mais em paz. Mais perto da Mari... com mais oxigênio.

No meio do processo, revelações irônicas de desconhecimento do outro. Mas sobrevivo em meio às pilhas de mim mesma e meus pedaços que andam espalhados por aqui.

"Só me deixe aqui quieta... isso passa. Amanhã é outro dia"


quinta-feira, fevereiro 23, 2012

...

O que dizer diante do espanto?

Triste...

domingo, fevereiro 05, 2012

Cuidado e zelo



Cuidado. Uma das palavras e atitudes que mais me tocam.

Há quatro anos, um pouco mais na verdade, ganhei/conquistei a responsabilidade de cuidar um serzinho que é o que me faz respirar todo o dia.

Cuidar pra que cresça feliz. Cuidar para que não se machuque. Cuidar para que não machuque os outros. Ou as plantas. Ou o gato...

Cuidar é um movimento dialético. É dizer sim e não. É permitir e negar. É brincar e falar sério.

Sou cuidadora por natureza. Minha profissão é cuidadora. A área que mais gosto de atuar (saúde) é cuidadora. Meus relacionamentos se complicam porque sou a cuidadora de tudo e todos, e nem sempre isso é fácil. acabo não sabendo ser cuidada, quando mais preciso. Mas isso é papo pra outro texto.

Agora, cuidar de filho (filha, no caso)é uma arte.

Algo como estudar mandarim. Ou logaritmos. Mas muito, muito mais prazeroso.

Agradeço a Deus e à minha filhota diariamente por esse aprendizado constante.

Quanto aos erros, peço desculpa, sou uma mãe em formação.
baby