quinta-feira, agosto 30, 2012

E lá se vai mais um dia...

Passaram 15 dias, desde a última postagem.
Tantas coisas.
Tantas dores.
Tanta saudade.
Me atrapalhei. De verdade. Por alguns momentos, achei que não daria conta. Na real, não sei se dei conta.
Sei que estou vulnerável. Dolorida, como depois de um longo esforço físico. Mas a dor é na alma.
Isso parece exagero. Mas é assim mesmo.
É muito complicado pra mim enfrentar meus limites, expostos a olho nu. Mas essa semana não deu. Precisei parar. Precisei desacelerar. Tentei juntar meus frangalhos.
Perder a dinda Rejane não foi fácil. Ver a vó sofrendo tanto é uma tortura.
Só resta orar, respirar e esperar um pouco.
Deus está conosco. Sempre. Isso é o que me alenta.
Mas dói.


sexta-feira, agosto 17, 2012

da janela lateral do quarto de dormir

Acabou a semana. Sobrevivi e bem. Com alguns arranhões e acho que com mais alguns cabelos brancos (sim, desde os 15 anos os cultivo), mas viva e com mais domínio das minhas coisas e vontades.

Agora, no fim da sexta-feira, antes de deitar, resolvi sentar na parte da minha casa que mais gosto e menos fico: a sacada do meu quarto.

Tem um vento gelado. O céu está nublado, não há nenhum estrela no céu.

Lembrei da primeira vez que sentei aqui. A casa ainda estava sendo construída. Cheia de material de construção pelo caminho. Estava quente. Acho que era janeiro. viemos olhar a obra e resolvemos sentar pra um mate. Tinha uma paz. Uma brisa. Eu estava com a sensação de estar em casa, pela primeira vez. E ela era muito melhor do que eu podia imaginar.

Naquela época, a vida já não era mais cor-de-rosa. Eu já tinha as minhas cicatrizes e já lutava pra que as coisas dessem certo. Mas aquela meia-hora de paz, traduzia o que desejava e desejo para minha vida, minhas relações: parceria, simplicidade, cumplicidade, lealdade.

De lá pra cá, foram muitas coisas boas e muitas outras amargas. Decepções, dores, desamores. Mas aquele desejo de uma felicidade baseada no simples, na troca, na verdade permanece em mim.

Ficou frio aqui. Vou deitar que amanhã é mais um dia pra viver e construir a vida.

sexta-feira, agosto 10, 2012

Bola neve

A vida não para... a vida é tão rara.

Nossa... estes últimos 12 meses trouxeram tantas mudanças, revoluções, transformações, mexidas no cotidiano, nas certezas, nas durezas...

É como se o apertar de um botão desencadeasse uma avalanche, uma espécie de bola de neve que ainda não parou e não tenho ideia de onde vai parar.

A cada momento que me parece que ela está cessando seu enrolar (e de me enrolar), algo acontece e ela torna a me envolver num turbilhão que tem me deixado sem ar.

Não é que eu tenha perdido o controle. é que percebi que nunca tive.

São aqueles momentos em que crescer é a única alternativa. Não existe outra opção válida nem dá pra voltar.

Não estou mal com isso. Mas um pouco cansada.

O momento agora é de me reconhecer nessa bola de neve. perceber o que é meu e deve ser tratado por mim e o que não é meu e deve seguir com a bola, quando eu conseguir pular.

Enfim... loucuras de um cérebro louco no início do recomeço.


Jorge Drexler - La nieve en la bola de nieve

sábado, agosto 04, 2012

Tempo de plantar e tempo de colher

"Regue as plantas, regue suas relacões, regue seu futuro, porque sem cuidar nada cresce." (Marta Medeiros)


Li a citação acima num post de algum amigo no Facebook. Gostei.

Concordo plenamente. Aquilo que amamos, pelo que temos afeto, necessita ser zelado, regado, cuidado.

É como aquela outra citação que diz algo como o mundo te devolve o que ofereces a ele. Exatamente assim.

Prezo muitos minhas relações. Penso que a algumas, deveria dispor de mais tempo. Mas nem sempre consigo, até mesmo por insegurança. Mas são importantes e cada uma tem um espaço importante e só seu na minha vida.

Tudo isso me fez pensar no respeito. Respeitar para ser respeitado. Ser digno de ser respeitado... Isso é para mim uma espécie de mantra diário.

Respeito o mundo que vivo. Meu ambiente de trabalho. Os animais. E, obviamente, respeito muito as pessoas com as quais partilho a vida. Mesmo as que, aparentemente, podem não parecer merecer mais meu respeito, ainda assim, não as desrespeito.

Por esta razão, nada me deixa mais fora da linha, do que sentir-me desrespeitada. Ou ver alguém sendo desrespeitado. Fico muito p da vida com isso.

Essa é uma das poucas coisas que me faz chorar em público. De raiva. De indignação.

Acredito que temos que plantar e cuidar relações mais respeitosas. O mundo vai ficar bem mais bonito. Vai ser melhor viver aqui.



Respeito
Arnaldo Antunes

O que está sendo feito
Pode ser de outro jeito
O que já se fez e bem feito
O que está sendo feito
Pode não estar direito
O que passou é perfeito
O que está acontecendo
Pode ter defeito
O que já foi eu aceito
O que está a contecendo
Pode ser de outro jeito
O que passou merece
Respeito


baby