sábado, agosto 21, 2010

Sobre o que se olha e sobre o que se vê (III)

Já cantou La Negra, que "El tiempo pasa nos vamos poniendo viejos / Yo el amor no lo reflejo como ayer / En cada conversación cada beso cada abrazo / Se impone siempre un pedazo de razón".
A razão também domina o que se olha e o que se vê.
A razão é que não deixa o amor ter o mesmo reflexo de antes.
A razão não deixa a criança de cada um brilhar e se expor.
A razão não permite que as diferenças convivam de forma a se complementar e assim, ser mais.
A propriedade da razão liquida conversas que poderiam não ter fim... Alguém "tem" e o outro alguém não. Rompe a troca. Rompe o diálogo. Desqualifica o outro.
Mas o tema aqui é o que se vê, como se vê, como se olha.
Considerando o tempo já vivido e as coisas que fui aprendendo nesse tempo, tenho a ideia de que a razão limita o olhar. Porque o direciona para o que possa ser importante. São. Coerente.
Quero olhar com olhos de criança. Descobrir o inusitado. O detalhe. O reflexo. Assim vou poder desvelar o encoberto. Ver o outro lado.
Quero olhar o lado de dentro. Ir além da aparência, na essência.
Não creio que é a razão que me leva a esse ponto de vista.

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